Roedor travesso, roeu a parede, queria nada. Chegou na sala de estar, correu com suas pernas
pequenas. Suas orelhas fartas de ouvir gritos. Nunca quis nada. Nunca pensou que incomodaria
tanto. Roeu outra parede. O filósofo sentiu na pele. Tamanho incômodo, angústia. É, essa era a
palavra. poderia redigir textos sobre o quão incômodo era o pequeno camundongo.
Santo Deus, saia da casa. Caiu no banheiro, ficou tudo tão escuro. Um cheiro agradável permeava o
local de cobrir-se de água, confortante. Coitado, tão tolo. Porém, fugiu. Aquela casa? Jamais
reparara. O filósofo ficou em dúvida. Nunca teve a chance de extinguir sua angustia. Perdeu a
chance de dissertar sobre algo tão fútil. Sem auxiliar as condições. Vestir um jeans velho, roído
inconveniente por ele mordido tanto que arrastava a calça no chão. Nunca mais o viu. Comemorou,
assistiu ao jogo de futebol, encheu a cara. Entretanto, sentir-se vazio. Não havia mais conforto. Sem
preocupações, acabou vazio. E o camundongo, você me pergunta? Morreu de fome. Por cima das
telhas, seu corpo dilacerado por um gavião. Ninguém nunca teve um fim.
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